PNL – Princípios Poderosos para a Excelência Humana (parte I)
Programação Neurolinguística - PNL

É a conexão entre neurologia, linguagem e estratégia.
Em 1972, Richard Bandler, John Grinder e Frank Pucelik criaram a PNL, ao estudar a estrutura da experiência subjetiva. Eles começaram a perguntar-se por que algumas pessoas conseguiam resultados e outras não. Concluíram que a resposta estava na ligação entre estes três aspetos:
• a estrutura física, mental e emocional da nossa neurologia (neuro),
• a linguagem que usamos para nos comunicarmos com os outros e como isso nos afeta (linguística) e
• as estratégias comportamentais e emocionais adquiridas através de experiências passadas (programação).
A PNL afirma que existe um modelo para a excelência humana. Além disso, qualquer pessoa pode obter resultados e habilidades excecionais usando esta metodologia. Praticar PNL desencadeia a transformação, gera novos comportamentos e habilidades.
A Programação Neurolinguística é uma atitude perante a vida e existem alguns princípios básicos que regulam essa postura.
PRESSUPOSTOS DA PNL
1 – O mapa não é o território
Há uma diferença entre o mundo em si e o mundo que percebemos. A nossa própria representação do que vemos, cheiramos, provamos, sentimos, ouvimos é diferente do que é o objeto em si. Tendemos a dar-lhe um significado subjetivo, de acordo com as nossas próprias experiências passadas e os padrões que criamos. É por isso que o mesmo objeto pode ter significados diferentes para duas pessoas. Isso porque são sujeitos distintos, possuindo experiências distintas em relação ao mesmo objeto. Isto resulta numa perceção distinta e, portanto, numa representação diferente.
Um exemplo: Um homem pensa no seu chefe como uma pessoa muito organizada, justa e responsável na sua atividade profissional. Além disso, ele admira-o (porque na sua experiência subjetiva valoriza a estrutura e a disciplina. Foi assim que no passado aprendeu a melhorar). Portanto, na sua perceção e representação, seu chefe é um grande homem e profissional. Por outro lado, existe uma outra colega. Ela acha que seu chefe – o mesmo chefe – é insuportável e exigente demais. Na sua experiência, ela aprendeu a evitar a rigidez, a temer a estrutura e a inflexibilidade. Então, na representação dela, o mesmo chefe é totalmente intolerável.
Concluindo, estes dois colegas de trabalho têm diferentes interpretações (mapas) de uma mesma realidade (território). Nenhum deles está certo ou errado, eles simplesmente possuem mapas diferentes.
2 – Corpo e mente influenciam-se mutuamente
Mente e corpo formam um sistema para expressar a Consciência. Um pensamento pode influenciar uma reação no corpo e uma postura corporal pode influenciar um estado de espírito. Então, adotar uma atitude (relacionada a um pensamento) criará inconscientemente o sentimento apropriado.
Um exemplo: Pára de ler por 30 segundos e pensa numa uma situação que aconteceu na tua vida, que te causou tristeza e stress emocional. Pensa nisso agora!
Houve alguma mudança na tua expressão corporal? Talvez tenhas ficado com uma expressão facial mais séria, talvez com o coração acelerado… Agora, sem motivo nenhum, simplesmente coloca um sorriso no rosto. Sim, tu consegues, basta colocar um grande sorriso no rosto agora. Essa atitude corporal influenciou o teu estado de espírito e os teus pensamentos mudaram de alguma forma?
Então, isso não é incrível e fortalecedor? A compreensão deste princípio permite-nos assumir a responsabilidade pelas nossas reações e também pela forma como respondemos ao que nos acontece. Deste modo, podemos começar a influenciar as nossas reações em vez de sermos influenciados.
3 – Todos os processos sistêmicos são auto-organizadores e devem levar a um estado de totalidade e equilíbrio
A cura e a transformação ocorrem a um nível subconsciente. Então, muitos desafios na vida são resultado de comportamentos inconscientes causados por partes em conflito (das quais não temos consciência). Existem alguns eventos emocionalmente significativos que acontecem durante a infância e que se tornam inconscientes. A PNL trabalha com a mente subconsciente e através de estados mentais, para integrar as partes que inconscientemente orientam o nosso comportamento.
Um exemplo: Um certo homem foi humilhado quando era criança. Como resultado, esse evento teve um significado emocional que o tornou uma pessoa ansiosa. Portanto, ele fica assustado toda vez que está em público. Com o tempo, ele esqueceu esse acontecimento traumático. Essa parte ficou inconsciente na sua mente e, finalmente, ele simplesmente assumiu que era um cobarde incapaz de enfrentar os outros.
Concluindo, a parte inconsciente nele protegia o seu comportamento não integrado. Usando uma variedade de métodos e técnicas específicas, a PNL integra todas as partes levando a um estado de equilíbrio.
4 – O significado da mensagem é a resposta recebida
Quando comunicamos, queremos passar uma mensagem. No entanto, quando a resposta que recebemos diz-nos que fomos totalmente incompreendidos, isso é um indicador de que não estamos a comunicar adequadamente. Um líder assume a responsabilidade pelos métodos que escolheu para transmitir sua mensagem. Ao perceber que a mensagem que pretendia transmitir não foi percebida adequadamente, ele irá tentar mudar isso.
Um exemplo: O chefe repreende um colaborador. Nessa situação, ele pretendia comunicar que era necessário trabalhar mais. Ele não estava insatisfeito com a qualidade do trabalho deste homem e, como havia um prazo, era essencial dizer ao seu colaborador para agir mais rápido. No final, o homem recebeu uma mensagem totalmente diferente. Ele presumiu que não estava a fazer um bom trabalho e que o seu trabalho não era suficientemente bom. O que aconteceu, assim, nesta situação? Houve uma intenção em transmitir uma mensagem, mas como o chefe usou uma determinada linguagem corporal, o funcionário percebeu uma coisa diferente. Da mesma forma, o chefe usou certas palavras e um tom de voz que foram mal compreendidos. Como consequência e de acordo com a interpretação do seu funcionário, a mensagem enviada não foi a mensagem recebida.
Concluindo, o que o recetor percebe é o resultado da mensagem enviada. Então, se quisermos outro tipo de resultado, temos que nos responsabilizar pelos métodos utilizados. Para fazer isso, devemos adotar os métodos apropriados, por forma a conseguir entregar a mensagem correta. Não adianta culpar os outros por não terem entendido o que queríamos dizer.
5 – Todas as ações e comportamentos têm uma intenção positiva por trás
Uma coisa é a ação em si e a outra é a intenção por trás dela. Para cada ação existe sempre o propósito de obter prazer ou evitar a dor. Há sempre um resultado benéfico em cada comportamento, embora possamos não estar totalmente conscientes disso. Quando há um comportamento indesejado, a PNL procura a sua intenção positiva. Depois encontra outras opções e comportamentos para alcançar a mesma intenção positiva.
Um exemplo: Uma miúda está agarrada ao telefone compulsivamente – esse é o comportamento indesejado que ela deseja mudar. No entanto, cada vez que ela tenta evitá-lo, ela não consegue resistir; na verdade, ela não está ciente da compensação inconsciente por trás dessa ação. A única coisa que ela consegue ver, de acordo com seu nível atual de consciência, é o mal que isso lhe causa. Ainda assim, dá-se a libertação de dopamina, a hormona que a deixa feliz, sempre que ela olha para o telemóvel e vê os likess nas suas postagens. Então ela continua a ter esse comportamento e há um prazer associado a ele; parece não haver razão para parar. A mente inconsciente fará de tudo para mantê-la assim. A menos que a mente consciente assuma o comando.
Concluindo, tomar consciência da intenção por trás da ação permite encontrar os meios alternativos para obter a mesma compensação. Isto é, satisfazer a intenção positiva com um comportamento diferente mas, ainda assim, mais aceitável.
6 – Uma pessoa não é o seu comportamento
Só porque alguém teve algum tipo de ação, isso não significa que ele se torna aquilo que o comportamento representa. Fazer essa distinção permite-nos ser mais compassivos e solidários com os outros.
Um exemplo: Um dia, acontece que tu (que geralmente és uma pessoa educada e doce) tens um comportamento muito agressivo. A razão disso acontecer foi porque alguém ofendeu os teus entes queridos. Naquele momento, sentes-te tão cheio de raiva e injustiçado que algo dentro de ti reage. Seria preciso conseguires controlar as tuas ações, mas pelo contrário, ages de forma rude e dizes palavras muito indelicadas. Tens um comportamento agressivo, mas isso não faz de ti uma pessoa agressiva. Foi um comportamento que seguiu certas condições para ocorrer num determinado contexto. Na verdade, isto não desculpa o comportamento, e nem define a pessoa que o cometeu.
Concluindo, ser capaz de separar a pessoa do comportamento permite-nos aceitar a pessoa e tentar mudar o comportamento.
7 – Qualquer comportamento é a melhor escolha que as pessoas percebem ter disponível naquele momento
Isto está de acordo com o mapa da realidade de uma pessoa e com o seu modelo de mundo. Portanto, as escolhas feitas são as melhores, dadas as possibilidades e as habilidades, percecionadas naquele momento. Qualquer comportamento parece ser a melhor escolha disponível para uma determinada pessoa, naquele momento específico. E isso vale até para os comportamentos mais diabólicos ou malucos.
Por exemplo: Quantas vezes na vida já pensaste que poderias ter feito algo diferente? Se soubesses naquele momento específico do passado o que sabes hoje, terias feito uma outra escolha. Ainda assim, por vários motivos, naquele momento específico, essa parecia ser a melhor escolha. E isso acontece pela consciência e pelos recursos disponíveis para ti no momento. Além disso, o facto de cometer um erro dá-te a oportunidade de ganhar novos recursos. Poderás, assim, obter novas perspetivas, aprender novas habilidades e expandir o teu mapa da realidade.
Concluindo, a PNL permite-nos curar e libertar emoções negativas ao olharmos para o nosso passado e compreendendo de uma forma mais ampla a dor que há em nós.
8 – Todos já possuem todos os recursos necessários para agir de forma eficaz e ter sucesso
A mente subconsciente possui todas as informações de que precisamos, embora possamos não estar conscientes disso. Tudo que precisas para alcançar os resultados desejados já está dentro de ti. Esses recursos, ou seja, os estados/respostas internos (como nos sentimos) e os comportamentos externos (como agimos), podem não ser levados em consideração num determinado contexto. Contudo, isso não significa que não esteja lá. O indivíduo só precisa encontrá-los em si mesmo, mudando o seu estado de espírito. Isso o permitirá aceder aos recursos adequados para obter um resultado específico.
Um exemplo: Uma senhora tem muito medo de ir a esta entrevista de emprego, pois já foi muitas vezes recusada. Ela sabe que é altamente decisivo para a sua vida conseguir este cargo. Porém, a sua postura corporal (expressão taciturna, ombros encolhidos) pressupõe que voltará a acontecer. Com este estado de espírito, ela provavelmente demonstrará pouca confiança ao entrevistador. Ela só ficará mais nervosa e manter-se nesse estado só aumentará a confirmação de que não terá sucesso. De que forma manter-se neste estado a ajudará a alcançar os resultados que deseja? Não vai!
Concluindo, a solução é adotar o estado de espírito mais adequado. Consequentemente, poderá criar novas escolhas e potenciar novas ações. A modelagem intrínseca e extrínseca é uma das ferramentas que a PNL utiliza para aceder aos recursos que te permitirão alcançar os resultados desejados.
(para continuar, em Os Pressupostos – Parte II)